19.8.09

UM COMEÇO

Um dos primeiros sons do mundo externo (ou do mundo real - na mais psicanalítica das descrissões) ao qual fui exposta foi o da máquina de costura de minha mae. Conto isso para que se posa entender minha perspectiva da moda. Quando precisava de roupa com urgência (eventos especiais, fase de crescimento) eu tinha este recurso que fazia o que lhe estivesse ao seu alcance para embonecar sua segunda menininha. Também tinha um pai conservador (ainda sobre a perspectiva do vestir) que apontava o clássico, o simples e o duradouro (não necessariamente caro) como possibilidade de elegância. Tinha também irmãos que embaralhavam isso e/ou me passavam as roupas que não serviam. Por último tive uma tia que exaltava o que minha mãe também fazia: a criatividade, a autenticidade, o bom gosto e a cultura. E essa tia também dava (dá ainda) muitas roupas, sapatos, e um punhado de coisas (livros, objetos, etc) interessantes estimulando a PASSAGEM.
Na verade essas são interpretações atuais acerca de construções antigas.
Este percurso me encorajou a voltar a pensar em moda no finalzinho da faculdade. Escrevi meu TCC (trabalho de conclusçao de curso) sobre Moda e Subjetividade e botei covardemente na gaveta. Tagarelei sobre um projeto inacabado. Análise pessoal, muitos chopps, vinhos e chimarrão na praça com as gurias, me estimularam a tornar real este que era apenas um projeto. Numa terça-feira de janeiro de 2009 nasceu o Brechó de Trocas.

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