Ou: Reflexões a parti da resenha de Nízia Villaça (A minha moda in 46 livros de moda que vocês não pode deixar de ler
Muito se ouve da Psicologia uma tarefa de "ressignificar" isso ou aquilo. Minha perspectiva profissional entende que material de estudo e atuação potente é o inconsciente; este dotado de potencial comunicador: o que se quer, ainda que não racional, virá à tona na vida das pessoas sob diversas "roupagens" (para não perder de vista os jargões deste blog). Entendo que a tal ressignificação é uma capacidade (a ser apliada em muito trabalho e esforço - sem entrar no mérito do trabalho, por ora) das pessoas de tornar uma emoção ligada à determinado sentido muito mais rica. Exemplo: detesto linho, nunca uso e não compro roupas desse tecido. Não importa o motivo, afinal ninguém vai passar a vida a pensar pq não usa determinado tecido para suas roupas. Entretanto, num momento de distração, ganho uma camisa de moderna e boa modelagem de uma amiga muito querida. Não há necessidade para que essa pessoa perceba que está agora usando uma fibra natural, mas de fato está.
Nízia usa o termo 'ressemantizar'. Gostei. Usar ou não determinado tecido pode apontar por uma ampliação ou ressemantização que o corpo (e os afetos, consequentemente) faz. Otimista que sou, resumiria como uma vontade desta pessoa superar restrições, pré-conceitos com o desconhecido. A mim não importa o que leva uma pessoa a odiar, mas sim o que pode fazê-la capaz de amar algo. Sim, sou uma 'psi' romântica...
Mas nada disso é fácil, é claro. O tal romantismo requer coragem. No exemplo a pessoa precisa estar disponível a encantar-se com o presente, com o afeto posto sobre o objeto escolhido. A amizade certamente conta, neste caso, mas infinitas são as posibilidades que contam para alguém se abrir à nova representação afetiva de um conteúdo. É necessária implicação com sua própria transformação.
Esses mecanismos, fenômenos (seja qual for sua nomeclatura) se engendram no cenário moderno: "Moda, mídia e cidade se cruzam em infindáveis cenários e suscitam um jogo complexo de construção/interpretação". Não é fácil. Nízia me sensibilizou, me pôs a pensar a partir de Laura Bovone (autora livro resenhado).
São muitos livros (46, se levar ao pé da letra) com que me sensibiizar. Nízia apontou-me um início.
p.s.: em um comentário Lisa solicitou que eu partilhasse minha leitura. não era este livo. ainda estou na dívida...
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