30.3.11

JOSÉ ALENCAR (1931 - 2011)

É sabido que o ser humano tem a necessidade de multiplicação. É um traço evolutivo. Existe em cada um uma força que impulsiona a deixar uma marca em nossa existência. Alguns procriam: forma primitiva de garantir sua multiplicação. Na outra extremidade (como se fosse tão simples assim) há os artistas que multiplicam a inquietação, os sentimentos: ao nos depararmos com uma escultura, ao assistir uma peça de teatro ou ao ouvir uma música nos remetemos a lugares esquecidos, pessoas queridas e situações que buscamos esquecer; repensamos a vida.
No meio destes dois tipos estão a maioria de nós. Acordamos, trabalhamos, contribuimos com nossos impostos, usufruimos dos mesmos e procuramos alcançar alguns objetivos. Para alguns é diminuir o impacto destrutivo à natureza de sua própria existência, para outros é fazer do trabalho uma forma de adaptação à natureza construindo postos de trabalho e produtos essenciais para a sobrevivência.
Neste grupo encontra-se todo tipo de pessoa. Uma quantia gigantesca de nós é medíocre: não consegue superar muito o preço que custou para chegar são e salvo na vida adulta. Entretanto, para a sorte de todos há os intermediários excepcionais. São pessoas que superam paradigmas e ideologias diversas ainda que tenham ideais específicos.
Ontem  perdemos um ser humano excepcional. Um ser humano que calou muitos idealistas de extrema esquerda, que pregam (semelhante às minhas ideias, inclusive) a não acumulação de bens, pois com seu trabalho permitiu a milhares de trabalhadores a possibilidade de escolher por esse ideologia ou não, pois hoje tem refeições suficientes para conseguires raciocinar. Também calou muitos empresários gananciosos, que oprimem seus empregados com lucros exagerados e também ao estado com suas queixas de alta tributação, por discussar a favor do micro, pequeno e médio empresário.



Perdemos um ser humano controverso, que saiu de forte carência e chegou ao topo do sucesso financeiro sem perder a elegância. Bom humor, ética em seus pronunciamentos, provas públicas de fidelidade e respeito a seus pares e amigos são algumas de suas muitas qualidade.
Este blog tem como tema a moda, a política, a sustentabilidade, a psicanálise. Em todos estes temas José Alencar, o Zé para Lula, deu aula. Liberal como tantos mineiros, conseguiu colocar o Brasil no cenário mundial da produção de algodão.
José Alencar não foi um empresário de moda, foi O empresário da moda brasileira.


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