Numa postagem mais antiga mostrei meu closet-armário-canto das roupas, enfim o espaço onde condiciono com certa organização a coisarada que uso para me cobrir, adornar e alimentar meu narcisismo. É só buscar no marcador "closet".
Ainda neste marcador vocês podem achar o post "O Brechó na prática" onde explicito em duas fotografias a maneira como eu lido com o vestir. Eu gosto, estimulo, encorajo a passagem das roupas. Não sou uma consumidora de lojas. Mas também sei que não é fácil aceitar as roupas antigas e usá-las de um jeito satisfatório, sentindo-se bem, passando uma imagem de segurança. Acredito (não possuo estatísticas, esse dado é baseado em observação) que a maioria das pessoas que usam moda vintage são consumidoras de brechós. Eu nunca fui assim. Nunca precisei: minha mãe, minhas tias maternas (não esquecendo os três fantásticos casacos de couros dos primos paternos) e meus irmãos me mantiveram com farto abastecimento de peças vintage de qualidade e bom gosto. Tenho vestidos 70's estilo hippie que minha mãe e minha tia Suzana Saldanha me repassaram; casacos de lã, de couro; saias e vestidos que minha mãe costurou para si em diferentes décadas; calças dos meus irmãos (os guris) que são legítimas brotherspans; uma blusa de lurex da minha mãe que não existe mais no mercado, um vestido e um bolero de arminho amarelo da extinta marca X&C (do saudoso Cesar e do "nosso querido" Xico Gonçalves); ufa!
Depois que o projeto do Brechó de Troca saiu do papel este estilo de vestir que possuo se ampliou.Muitas pessoas que conheço por laços de amizade ou apenas conhecidos têm vontade de desfazer-se de peças e pensam em mim. Ganhei casacos de lã (um deles ganhei da Val Sperb do Espaço Exercitare), blusas, vestidos, saias, sapatos... E tudo no maior clima de honestidade: se gosto digo, agradeço e fico; se não digo também e proponho que leve ao Brechó de Troca, dê a outra pessoa (às vezes até sugiro quem) ou indico brechó que se interesse: para mim as roupas tem que ser usadas, aproveitadas.
Pois eis que, por conta de minha atividade, começo a frequentar brechó aqui em Poá. Gosto de vários. Ainda farei post só para classificá-los (ou peço para a Lígia Krás, brecholeira e antropóloga que estuda o assunto fazê-lo).
Juntamente com essa garimpagem comecei a frequentar e, às vezes fazer, bazares. Eu gosto do clima do artesanal. Foi num deles (meu predileto) que conheci o Memorabília Brechó Itinerante. Uma nova proposta de passagem de roupas me gritou aos olhos: feiras e bazares são espaços de valorização do trabalho artesanal, que não tem condições ou que não pretende virar loja, mas tem algo a oferecer.
amostra do acervo
amostra do acervo
A Jana (Janaína Kiesling Braga) é a dona do Memorabília. Ela sai a cata de peças vintage, seleciona o que é tendência e também o que ela julga bacana de usarmos. Curto muito o estilo dela e suas escolhas: o que tem a ver comigo e o que não tem. Ela tem um olho bom e oferece diversidade com uma boa seleção.
Janaína Kiesling Braga
Então eu comecei a consumir moda: compro do Memorabília porque vale a pena.
Para quem não sabe memorabilia significa coleção de memórias. Talvez seja por este sentido que eu tenha me aproximado deste brechó. Eu não me visto com nada que não produza sentido, que não carregue memória. É o eu jeito de vestir. E é uma ideia que difundo.
Oi Helena...tenho adorado tuas postagens, estás escreendo um tanto e acho bem bacana isso! beijo
ResponderExcluirÉ necessário, né?
ResponderExcluirObrigada por me acompanhar ;-)
Beijos
Muito obrigada pelo post e pelas palavras de carinho e para mim, de incentivo. É por pessoas como você que eu tenho tanto prazer em garimpar, reformar, higienizar e expor as peças do Memorabilia!
ResponderExcluirE é por pessoas como você inteligentes, agradáveis e belas que eu ainda tenho tanto prazer em viver.
Segue nessa estrada colorida de trocas, experimentos e alegrias!
Beijos e meu sincero desejo de todo o sucesso pra ti. Jana e Memorabilia Brechó