Enquanto uns choram por não saber traduzir certas complexidades da maldade humana que se propaga através da alienação, o diretor da marca e estilista Rony Meisler chega ao desespero na última coleção da Reserva, apresentada no último SPFW.
Na passarela um desfile de incoerências sustentadas por um ideal claramente liberal e alienado (com informações equivocadas). Em entrevista ele declara que a coleção é homenagem ao povo do país que vive um clima de felicidade. Rony não entende, reduz tal complexidade e diminui a capacidade criativa dos cubanos a uma suposta infantilidade. A trilha mistura canções americanas da década fútil de 50, quando os EUA do Norte invadiam a independência do país, matavam e condenavam o potencial de um povo à exclusão comercial. Depois usa Mercedes Sosa tal qual fosse uma voz fútil da luta latinoamericana por sua independência cultural.
Rony fala do riso, mas Che e Castro nos falaram de lágrimas que foram derrubadas em nome de um patriotismo idiota e massacrante por parte do governos Eisenhower e Kennedy.
Reserva mostra com quantos paus se constrói e ressuscita a identidade brasileira dos anos de chumbo da ditadura militar brasileira. Um período onde o Rei Roberto se sobressaía como cultura popular e exaltava o riso histérico como representante de nossa cultura.
Sinto muito se prefiro lembrar do que vivemos em nosso continente (que precisa ainda sim ser dividido em norte e sul para sustentar fragilmente o que conseguimos produzir pós-invasão americana) e chorar e chorar. A tristeza é sentimento tão nobre quanto a alegria. Sem a tristeza não pode surgir o riso. Mas o riso que o povo cubano e todos os outros da América Latina conseguem por terem sobrevivido a tantas invasões, devastações, massacres de outras culturas.
Sobreviver é algo que a Reserva não respeitou neste coleção. Me dói e eu choro pela Moda ser espaço desta expressão.
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