4.12.09

nova descobreta

esta semana descobri superficialmente nanni strada.
o mínimo que pude capturar foram dúvidas acerca da existência de uma brecha no sistema da moda.
há em minha pesquisa pessoal uma esperança infantil de pensar a moda como possibilidade de existência. algo como a potência emergindo no estilismo nosso de cada dia ou no brilhantismo raro de alguns estilistas que se esforçam para pensar a moda num espírito de uma época e na excelencia da técnica (jum nakao, ronaldo fraga,lino villaventura, para citar apenas conterrêneos).
mas então eis que surge o design. eis que conheço nanni strada.
sua criação implicada com o sujeito me faz pensar em um embate e não em complemetariedade. faz mudar meu ponto de questionamento. antes eu julgava que um grande e quase insuportável esforço pessoal para nos vestirmos tal qual imagina nossa experiência de vida + memórias + desejos projetados, resultariam em um vestir coerente, desalienado, belo, inteiro.
entretanto nanni me aponta que existem tantas imperfeições (que eu sei existir, mas não parecia reconhecer) no vestuário em sua relação com o corpo humano que pouco ou nada nos sobra para imaginar 'moda saudável'.
a veia psi não descola da idéia de saúde, dos questionmentos que esse tema faz emergir.
que espaço é possível então se constituir como sujeito do vestir? a necessidade da roupa, da proteção somada a linguagem que estrutura nosso inconsciente para mim eram suficientes para constrir essa possibilidade. então nanni me chega e me afirma que não lhe importa a moda e suas linguagens, sua psique, sua falta de profundidade. o que vestir então? há uma roupa que não intenciona comunicar?
bem, não creio nisso. meu pequeno alívio se deu quando lembrei da potência de nanni para arte. acredito que a arte também comunica, em um outro plano, mas comunica. então o design de nanni é desligado da linguagem desse sistema que ela repulsa?
meu parco conhecimento da obra grandiosa me faz calar. fico curiosa. fico atenta.

para quem puder me auxiliar peço que enviem imagens e textos d'O Manto, d'A Pele, dos Torchons e da coleção Pli-Plà para hellsoares@gmail.com
a internet não me satisfez...

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