17.4.17

Serie PRÁTICAS DO VESTIR

Só retomando a ideia: isso não é um look do dia, não é um acerto com marcas de moda, não pretende ditar códigos ou sugestões de como se vestir. Agora que sabemos o que não é... bora lá?

Esse feriado foi Páscoa. Foi bem cansativo: precisei vir na sexta-feira santa no consultório buscar os bolinhos de peixe que ficaram no congelador, trabalhei na madrugada sábado/domingo via skype com uma amiga-colega na construção de um texto, dormi pouco. Mas no final do domingo curti. Não descansei, mas curti. Isso me fez levou a me dipor a pensar em uma roupa para a segunda, ao invés de me contentar com jeans/camiseta ou calça preta/camisa/sapato. Ao escrever essas linhas notei umas coisas tristes, que talvez compartilhe no final...

O cenário é meu consultório;
A camiseta por baixo é uma básica da hering. Talvez o item mais mercadológico da composição;
Colete de neoprene que ganhei há tempos da tia Suzana;
Saia de couro sintetico que minha mãe fez para mim (by Yeyê Soares) com forro quadriculado. O cetim do forro foi presente da Suzana e ficou guardado muito tempo nas caixas de costura, até que minha mãe teve a ideia de colocar nessa saia. Achamos que daria um tchãn na fenda de traz. 
Meia-calça que ganhei da minha prima que aniversariou ontem... Olha aí a diversão do domingo!! 
Sapato que foi da minha irmã. Ele deve ter uns 18 anos. Passou pouco por sapateiro!
Anéis de sempre na mão direita.
Anel de madripérola comprado na Feira de São Cristóvão em Errejota.
Brincos que foram, em priscas eras, da minha mãe. Tipo, há uns 30 anos. 





A cara de quase psicopata é por conta do cansaço. E fiquei pensando mais sobre a escolha... A mistura do couro sintético com o neoprene modelado ao corpo tem uma pegada feminina, talvez sensual. O preto, sem a alegria da cor, pode reforçar essa ideia. Aí pensei... Pq em uma semana tão cansativa esse apelo que, diga-se de passagem, vem me incomodando? Pq do cansaço gerar uma imagem de feminilidade apelativa? Isso me entristeceu. Até eu lembrar das meias alegres, divertidas e saber que vieram de minha prima me reconfortou. Um imagem familiar de feminilidade, imagem que se constrói. Pq é nas brechas que vamos construindo possibilidades de um vestir singular. 

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