LILI NADA MÁ

Ai que difíííícil escrever este post!!

Eu não acredito em trabalho imparcial. Meu trabalho se norteia pelas interseções da minha formação oficial com a extra-oficial. Entender as pessoas foi ferramenta aprendida tanto quanto minha noção de estética, arte, beleza.

Se vocês não gostam desta verdade não continue lendo essa crítica.

Para quem ficou curioso, ou curtiu as imagens num passar de olhos, ou concorda comigo e quer saber o que tenho para falar adianto: aqui vai rolar elogios; alguns bonzinhos outros from Hell.

Essa é primeira coisa engraçada da minha história pessoal com a marca Lili Má: quando comecei a assumir profissionalmente a moda as pessoas começaram a me chamar pelo meu nickname Hell (hellsoares). Nunca confirmei que era Hell. Mas me diverti mesmo quando vi que a Liege também podia oscilar entre Massi e Má. Mas assim como eu ela não engana nem criancinhas na rua. A Liege, seu trabalho, sua história de vida são totalmente do bem.

Quem conhece Poá conhece Liege. Mesmo que assim, meio de passagem. Figura carimbada da noite punkrock do Bom Fim de outrora, ela sabe quem é, de onde veio e para o que veio. Adoro a foto dela bem guriazinha que tem lá no orkut: uma vez ela me contou que num momento de rebeldia raspou o cabelo do lado (como as patis andam fazendo em 2011), começou a repetir de série (pq era megamoderna e na nossa época eca os nerds) e foi rejeitada com aquele visual no Colégio Piratini. Ai que pena!! Eu estudava lá.

A Liege tem uma ótima noção de corpo (relação tamanho do corpo - efeito da roupa), cores, data do estilo (sabe o que se usava nos anos 1920, 1930,........, até hoje), modelagem, uso e efeito de acessórios, e muitas outras coisas essenciais em que produz moda. Seu trabalho tem qualidade de acabamento, estilo muuuito definido (coisa rara e dificílima de conseguir), criatividade.

modelo verão 2011

bolsa Poá: a cara da Liege, minha e da nossa cidade

chapereira Máluca

cintos: nova marca da marca

Conheci a Lili Má e a Liege em bazares de Poá. A gente agitava. Aquela monotonia de aguardar cliente (alguns bombaram, outros nem tanto), alguns expositores chatos (mundo real) não abalavam a figurinha nunca! Ela não se contentava com a disposição, fazia "a energia mudar": colocava arara pra cá, mudava a ordem de suas peças e a dos outros, sugeria coisas...

Não adianta falar depois, certo? Mas eu vou dizer: eu sempre imaginei a Liege com uma loja dela, um atelier descolado e, é claro, sediado no Bonfa.

A Lili Má reabriu um formato de loja que eu acho o me-lhorrr. É atelier e exposição. Ali qualquer um que chega pode pegar a Liege no flagra: trabalhando. Eu que AMOOO um barulhinho de máquina de costura... Esse jeito de trabalhar torna evidente, sem possibilidades de maquiagem, a potência criativa associada à competência da execução. A gente chega ali; se gostou leva, se faltou tamanho ou cor, ou ainda gostaria de mesclar dois modelos, ela propõe na hora.

logotipo fofíssimo



Agora a marca tem uma novidade: um novo atelier. Quem prefere uma peça totalmente sob medida é marcada hora neste atelier onde a Liege mostra os tecidos, modelos, tira medidas e experimenta: superprofissional.

Mas tem mais... o logotipo é tão lindo!! A marca de instaurar um reduto (confesso que acho exagero regional chamar de calçada do rock, mas dou maior apoio, pois o pessoal dali trabalha duro e é supercompetente) com estabelicimentos que tem "uma cara" é fruto de muita persistência.

Aos que ficaram até o fim só posso dizer que eu avisei... Adoro a Lili Má, adoro a Liege Massi e não abro mão de elogios rasgados a quem eu gosto e faz por merecer. 

Quem quiser conhecer: João Telles, 537, (em frente ao Ocidente) em Porto Alegre (Poá, para os íntimos) RS